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Empreendedorismo

Avon reúne líderes e artistas negras em evento on-line e lança Projeto DIVA

Realizado na noite desta sexta-feira (19/11), o evento DIVAs na Liderança, iniciativa do projeto DIVA (Diversidade + Avon), lançado pela Avon para desenvolver profissionais negras e atraí-las para cargos de liderança. Com painéis, aulas, dicas de maquiagem e empoderamento pessoal, além de momentos musicais, o evento reuniu mulheres negras que compartilharam suas histórias e reflexões fundamentais para o debate da equidade étnico-racial no mercado de trabalho e na sociedade como um todo, assim como temáticas que impulsionam o desenvolvimento de profissionais negras, como gestão de pessoas, carreiras e desenvolvimento.

A grande convidada da noite, Zezé Motta, atriz, cantora e militante do movimento negro brasileiro, relembrou a relação próxima com a antropóloga, política e filósofa negra brasileira, Lélia Gonzalez, e falou sobre a sua jornada em busca de autoestima. “Hoje eu estou com a autoestima em dia. Mas confesso que não foi sempre assim. Principalmente na adolescência, eu sofri muito porque as pessoas diziam que meu nariz era chato, meu cabelo ruim e meu bumbum era muito grande… virei uma menina complexada. Veja como o racismo é cruel, eu sofri um processo de enbranquecimento: comprei uma peruca chanel, pensei em operar o nariz, pesquisei até sobre cirurgias para o bumbum. Ou seja, uma total negação das características da minha origem”, afirmou.

Stephany Cristine, Zezé Motta e Lu Campos (CRÉDITO Júnior Franzin)

Zezé deu uma aula de empoderamento. “Minha vida sexual também vai bem. Gosto de falar isso, porque acho que pode ajudar mulheres da minha idade a não terem pudor e ajudar também até mesmo os próprios familiares, porque sei de pessoas da minha idade que sofrem perseguição da família e dos vizinhos, que ficam chocados de saber que elas têm uma vida sexual saudável”, pontuou. “Tenho namorado fixo com 77 anos, já casei cinco vezes. Mas casar não quero mais, não. Para mim assim está bom, cada um na sua casa! Também passei alguns anos, sozinha – solitária não, mas sozinha – e achei que nunca mais iria me envolver e que ninguém mais iria se interessar por mim. Mas não é assim, não. Isso passa”, finalizou.

Thelma Assis, médica e influenciadora, também refletiu sobre as dificuldades que a mulher negra enfrenta em todos os espaços. “Quando a gente entra num lugar, existe sempre a síndrome do pescocinho, né? Aquela em que a gente vira e já pergunta: ‘ué, cadê outra de mim aqui dentro para eu poder compartilhar as minhas experiências?’ E nunca tem. É realmente era muito frustrante, porque a gente nunca quer ser única, a gente quer se ver”, disse. “Cada vez que eu entrava nesses espaços, eu pensava: ‘eu sou a única, mas eu espero que de alguma forma eu esteja movimento essa máquina para que ano vem tenha mais duas ou três’. Mas realmente não é fácil, porque a gente sente muita solidão, preconceitos, dores. Quantas vezes eu quis alisar meu cabelo para se enquadrar nos padrões porque as minhas colegas brancas do colégio tinham o cabelo liso? Por isso, é tão importante ter referência, representatividade”, complementou.

Daniel Silveira, Daniele da Mata, Thelma Assis e Ana Minuto (CRÉDITO Júnior Franzin)
“O balé também, foi um ambiente em que eu frequentei por muitos anos e só tive uma amiga preta. E foi aí que eu tive mais contato com a maquiagem. Naquela época era uma luta para a gente não ficar acinzentada, porque não tinham opções de bases da nossa cor. Era uma luta dolorosa, mas fortalecedora”, Thelminha continuou. “A gente tem que se fortalecer cada vez mais. Pelo fato de ser uma mulher negra, as pessoas já te dizem não. A maioria das vezes as portas estão fechadas e a gente tem que dar soco para conseguir entrar. Foi assim na minha formação de bailarina, na minha formação como médica e até na minha edição do BBB, que só tinha eu de mulher preta”.

Daniele da Mata, influenciadora e maquiadora especialista em peles negras, também participou do evento. Ela, que foi parceria da Avon no desenvolvimento da linha de maquiagens focada nos diferentes tons e subtons da pele da mulher negra, comentou, emocionada, a vivência da época em que tinha escola de maquiagem. “Minhas alunas negras sempre se reuniam e, entre elas, exista uma energia de conexão. Todas elas me falavam assim: ‘eu nunca estive em um lugar igual a esse, nunca consegui me ver na sua tonalidade, no seu tom de boca’. Para mim, isso sempre foi importante para eu continuar, porque eu sabia que estava as ensinando a encontrar o seu tom de base ou a se desprender e usar mesmo o batom vermelho, mas era muito mais bonito ver elas se conectarem e se reconhecerem, porque por muito tempo nós, mulheres negras, fomos separadas”, disse.

Além da presença de líderes e colaboradores da companhia, como Daniel Silveira, presidente da Avon; Daniella Moura, diretora de RH; Carla Moraes, diretora de e-commerce da Avon; e Regina Célia Barbosa, gerente de causas do Instituto Avon, a live também reuniu profissionais negras e atrações musicais, como Ana Minuto, consultora empresarial e de carreiras; Andreza Maia, mentora de carreiras e especialista em Diversidade & Inclusão; Fernanda Ribeiro, Presidente da AfroBusiness Brasil; Sonia Lesse, diretora de experiências na Profissas e especialista em diversidade e inclusão; Milca da Silva, especialista em Diversidade e Inclusão do Nubank e diretora de diversidade e inclusão da ABRH-PR; Rafaela Pinah mulher trans e diretora criativa do Coolhunter Favela; e Drik Barbosa, rapper, cantora e compositora. O evento também contou com a apresentação de Stephany Cristine Dos Santos, trainee de Diversidade, Equidade e Inclusão da Avon, e de Lu Campos.

O DIVAs na Liderança também está alinhado ao Compromisso Antirracista da companhia, plano robusto com metas focadas em equidade étnico-racial, que completa um ano neste mês de novembro. Durante o evento, a Avon também lançou o Banco de Talentos DIVA, exclusivo para pessoas que se identificam como pretas ou pardas, e o selo Minha Cor SA, que busca fortalecer a conexão entre recrutadores e talentos negros no Linkedin por meio da autodeclaração étnico-racial.

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