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Incentivo ao consumo do substrato de borracha pode zerar descarte ilegal de pneus no Brasil

Duas entidades do setor de pneumáticos estabeleceram uma parceria para apresentar às autoridades públicas as medidas que precisam ser adotadas para garantir a destinação ambientalmente adequada dos pneus colocados em circulação no Brasil.

A Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis (Abrerpi) e a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) recolheram 36 toneladas de pneus que estavam descartados inadequadamente em Manaus e enviaram a carga para uma recicladora na Região Metropolitana de Curitiba, a mais de 4 mil quilômetros de distância.

A receita com a venda do subproduto desses pneus logicamente não foi suficiente para custear a operação, que foi patrocinada pelas duas entidades para mobilizar imprensa, sociedade e poder público fazendo um alerta sobre a necessidade da instalação de recicladoras próximas dos pontos de coleta.

Manaus não dispõe de uma recicladora nas proximidades e os pneus acabam abandonados em canteiros no meio de avenidas e no entorno da cidade, em área de Floresta Amazônica.

Em entrevista veiculada recentemente em todas as rádios do país pela voz do Brasil, o representante dos importadores Ricardo Alípio (presidente da Abidip), defendeu ajustes no modelo de logística reversa de pneus adotado no país.

Alípio destacou que a fiscalização não pode recair apenas sobre fabricantes e importadores, porque eles não dispõem de mecanismos de coerção para obrigar o envio do pneu usado à recicladora.

“É preciso especial atenção dos órgãos de fiscalização aos autocenters, onde o consumidor normalmente troca os pneus de seu carro. Os proprietários destes estabelecimentos deveriam ser obrigados a comprovar a destinação final dos pneus usados. Já existem algumas experiências em municípios que estão criando leis e regulamentos para condicionar a renovação do alvará de funcionamento do autocenter à comprovação da destinação adequada do pneu inservível”.

O presidente da Abidip também defendeu que o foco não fique apenas na repressão. “Prefeituras e suas secretarias de meio ambiente deveriam firmar parcerias com recicladoras credenciadas estabelecendo cronograma de coleta, transporte e armazenagem”.

Já o presidente da Abrerpi, Joel Custódio, disse aos jornalistas que o poder público precisa criar incentivos fiscais para estimular o consumo da produção das recicladoras. “Incentivar a utilização do asfalto-borracha em obras públicas – que tem preço parecido ao convencional, mas é 5 vezes mais durável, além de reduzir impostos sobre produtos reciclados, são algumas medidas que podem criar demanda para a instalação de recicladoras de pneus em regiões ainda desatendidas, como a Amazônica”, disse.

A borracha do pneu que sai das recicladoras pode ser reutilizada na fabricação de uma infinidade de produtos como, pistas de atletismo, grama sintética, sinalizadores de trânsito (cones), tapetes e vasos. O aço também é um componente do pneu de alto valor que é separado da borracha e reaproveitado.

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