Tijucas pode ter primeiro EcoDistrito do Brasil
Empreendimento da Verde & Azul Urbanismo, Reserva Royal conta com características de nova tendência urbanística mundial
O Relatório Mundial das Cidades 2022 da ONU-Habitat estima que até 2050 68% da população mundial vai residir no meio urbano. Diante deste cenário, os municípios enfrentam o complexo desafio de contar com infraestrutura, moradia e soluções ambientais para atender seus moradores. Em Santa Catarina, o município de Tijucas larga na frente com a instalação do Reserva Royal, um projeto imobiliário com características de um Ecodistrito, tendência urbanística mundial que vai além de ações para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Por definição, os EcoDistritos são lugares de uso misto, caminháveis, diversos, com participação das comunidades e que disponibilizam espaços públicos para a interação e maior conexão entre área edificada e a natureza. Dentro desse contexto, se configuram em uma alternativa urbanística para a construção de localidades mais resistentes às transformações climáticas, sociais e econômicas. “O Reserva Royal foi idealizado a partir deste conceito, buscando integrar as pessoas ao meio ambiente, repleto de verde da natureza e do azul das nascentes numa área total de 4,3 milhões de metros quadrados”, destaca o CEO da Verde & Azul, Luiz Carlos Gallotti Bayer.
De acordo com a organização EcoDistricts, fundada em 2013 para disseminar projetos desse tipo nos Estados Unidos e em outros países, os bairros ecológicos são desenvolvidos com o foco na criação de comunidades mais justas, resilientes e sustentáveis. Entre as características desses distritos, que podem ser novos empreendimentos ou regiões já existentes em busca de revitalização, eles têm as pessoas e as questões ambientais no centro das decisões urbanísticas, aliando ainda inovação e eficiência energética e economia de água.
Outra particularidade dos EcoDistritos, também integrante do projeto do Reserva Royal, é a presença de espaços verdes maiores que nas demais áreas dos municípios e a preservação da biodiversidade local. No projeto da Verde & Azul Urbanismo, o masterplan prevê a preservação de um maciço florestal de mais de um milhão de metros quadrados, além de um parque orquidófilo e outro intermunicipal, unindo Tijucas a Porto Belo.
Hortas comunitárias também fazem parte de muitos EcoDistritos, que podem ser instalados com o objetivo de recuperar uma área degradada ou criadas para integração da comunidade, como é o caso do Reserva Royal. Para atingirem a meta de serem mais inclusivos, diversos e viáveis economicamente, esses bairros são idealizados unindo diferentes formatos de habitação, comércio e negócios. O Reserva Royal conta com uma área de Centralidades, que reunirá escritórios (coworking), além de lojas comerciais e prestação de serviços.
O entendimento é de que os estabelecimentos são fundamentais para gerar empregos e renda, o que tornam esses bairros e os seus residentes mais preparados para suportarem os reflexos sociais, financeiros e das mudanças climáticas. Outro fator comum a essas comunidades é a participação, administração e liderança dos indivíduos que vivem nelas e que ajudam a identificar as necessidades da região e os caminhos para resolvê-las.
A criação de uma associação de moradores também faz parte do projeto da Verde & Azul Urbanismo, até como mais um elemento para garantir a preservação das áreas verdes do empreendimento. “Essa associação tem a capacidade de gerar um sentimento de pertencimento ao morador, que assim valoriza, cuida e preserva o entorno da sua moradia. Por isso reservamos um espaço interno para sediar a associação e estimular esse sentimento”, explica Luiz Carlos Galotti Bayer.
PROTOCOLO
Vistos como a alma das cidades pela EcoDistricts, os EcoDistritos possuem uma escala única para introduzir e acelerar investimentos que podem resultar em melhorias significativas para a população e o planeta. Isso porque eles são, segundo a entidade, pequenos o suficiente para inovar e grandes o bastante para alavancar recursos e políticas públicas.
A organização elaborou um protocolo para os EcoDistritos com o intuito de fomentar o desenvolvimento de novos empreendimentos urbanos dessa natureza. O documento contou com a participação de mais de 100 profissionais de vários países e está dividido em três etapas: prioridades, objetivos e implementação. Todas as comunidades devem possuir três princípios norteadores mais amplos, os de equidade, resiliência e proteção climática.
O primeiro deles está ligado à garantia dos habitantes de um bairro ecológico terem voz nas deliberações sobre o espaço e poderem prosperar. Já o segundo quesito relaciona-se com a capacidade das localidades funcionarem de modo que os cidadãos consigam atravessar momentos de tensões sociais, econômicas e ambientais. E por fim a proteção climática diz respeito à busca por medidas que reduzam as emissões de dióxido de carbono.
Essas prioridades são distribuídas em seis áreas mais específicas que auxiliam na definição das ações a serem efetuadas: Lugar, Prosperidade, Saúde e Bem-Estar, Conectividade, Estrutura Viva e Restauração de recursos. Através delas são planejadas táticas e atividades que possibilitam uma conexão das pessoas com os seus EcoDistritos, manutenção da história e cultura da região e a concepção de áreas coletivas e moradias distintas e acessíveis. Proporcionar segurança e espaços para o lazer, caminhar e pedalar e estabelecer um lugar estimulante para a abertura de empresas e vagas de trabalho são outras iniciativas incentivadas por essas comunidades.
A entidade salienta ainda em seu protocolo a importância da recuperação da vegetação e da manutenção dos recursos ambientais, adotando recursos tecnológicos para elevar o uso de fontes de energia limpa e renovável, racionalizar a utilização da água e descartar corretamente os resíduos. Para colocar em prática esses parâmetros, a EcoDistricts formulou um método para replicar, escalonar e adaptar esses bairros ecológicos a diversas realidades.
O passo inicial é formar lideranças para apoiar e colaborar com as medidas e depois montar um plano com metas de desempenho, estratégias viáveis, cronograma e investimentos para a sua concretização. Por fim, é preciso avaliar o progresso dos objetivos traçados e fazer os ajustes necessários.
EXEMPLOS NO EXTERIOR
Instalado em uma área de 1,15 milhão de metros quadrados, o La Courrouze Eco Quartier está sendo construído na região histórica de Rennes, na França, e deve se tornar um grande bairro inserido em um espaço verde. O projeto foi iniciado em 2003, está sendo realizado em fases e a perspectiva é de que seja concluído em 2028 para reunir cerca de 5 mil habitações, 10 mil moradores e 4,5 mil empregos.
A infraestrutura do EcoDistrito, que abrange também o município de Saint-Jacques-de-la-Lande, contará com duas estações de metrô, ciclovias, ambiente para caminhadas, jardins, parque natural com trilhas e lugares para lazer, esportes e encontros da vizinhança. Além disso, terá imóveis acessíveis para idosos e universitários, comércio, escritórios, escolas e um centro de eventos – um antigo pavilhão industrial readaptado.
O La Courrouze é uma resposta à expansão urbana atual nessa área da Bretanha, que conectará as duas cidades e diminuirá as distâncias entre as diferentes tarefas que fazem parte do dia a dia dos indivíduos: morar, trabalhar e se divertir. Com formas urbanas e tipos de habitações variados – de prédios de até 11 andares a casas com pátio –, o bairro ganhará novas ruas e pontos de interação social e com o verde em praças, bosques e esplanadas, espaços que seguem o movimento natural do terreno em que serão implementados.
Entre as ações sustentáveis, a comunidade terá edificações e ambientes coletivos com soluções para o reaproveitamento de águas pluviais, coleta seletiva e triagem de resíduos, composteiras e eficiência no uso de energia. No total, o La Courrouze terá 400 mil metros quadrados de áreas verdes e 40 estabelecimentos comerciais e de serviços.
Outro EcoDistrito em andamento está localizado em Mônaco. Criado com o foco nos pedestres, o MareTerra terá um parque público de 10 mil metros quadrados, um novo porto com 15 lugares para embarcações atracarem cercado de lojas e restaurantes, estacionamento subterrâneo, escritórios, residências de luxo para aproximadamente três mil pessoas e jardins junto ao oceano. Com um investimento estimado em 2 bilhões de euros, a perspectiva para o final das obras do EcoDistrito é em 2025.
As iniciativas em Rennes e em Mônaco são apenas algumas em desenvolvimento no mundo. A organização EcoDistricts apresenta outros casos de estudo em distintas fases de instalação, como o bairro Capitol Hill, que fica no coração da comunidade LGBTQ de Seattle e concentra um grande número de moradores, artistas e atividades, como mercados pop-ups, e Little Haiti em Miami (Flórida, EUA). As duas medidas procuram manter a identidade dos lugares e construir mais imóveis e equipamentos urbanos e atrair estabelecimentos para que as regiões não percam o seu dinamismo. Há ainda EcoDistritos no Canadá, Alemanha, Suécia, Reino Unido, França, entre outros países.
Com objetivo de traçar novo olhar sobre o crescimento imobiliário da Costa Esmeralda, a Verde & Azul traz o conceito de integração com a natureza com manejo adequado das águas, aumento de cobertura vegetal original, regramento de construção para preservação da natureza, criação de espaços de lazer e convivência conectados com o meio ambiente e o com foco nas pessoas de forma a promover segurança, aproximação com serviço e facilidades e tecnologia para viver a onda verde e azul.
Para concretizar a inovação idealizada para o empreendimento a Verde & Azul trouxe expertise renomada para a preservação e desenvolvimento ambiental da DEf – Master Plan, Arvoredo – Diagnóstico Paisagístico e Ambiental, Geasa – Diagnóstico do Regime e Manejo das Águas e Fluxus – Design Ecológico.