02/01/2025 – Em Madureira, um dos corações pulsantes da periferia carioca, uma história singular atravessou fronteiras. Os bailes charme, um dos mais icônicos movimentos culturais do Rio de Janeiro, conquistaram as páginas do The New York Times, destacando a mistura de tradição, resistência e inovação que define essa dança.
Conforme matéria, sob o viaduto de Madureira, os dançarinos de todas as idades se reúnem para praticar passos ao som de clássicos do R&B e do funk. “Há algo espiritual, uma energia que só pode ser encontrada aqui”, declarou Marcus Azevedo, professor e veterano do charme, com mais de três décadas dedicadas ao estilo.
Nascido na década de 1970, o charme foi inspirado por ritmos negros norte-americanos como o soul e o funk. Desde então, tem evoluído, mantendo suas raízes enquanto incorpora elementos genuinamente brasileiros. Larissa Rodrigues Martins, professora de 25 anos, destacou ao The New York Times o simbolismo da dança: “É um lugar onde compartilhamos e aprendemos — não apenas sobre passos, mas sobre a vida. Essa é a nossa ancestralidade.”
Os bailes charme também atraem jovens como Geovana Cruz, 20 anos, que viaja semanalmente de São Paulo para dançar em Madureira. “É viciante. Quanto mais você dança, mais quer continuar”, afirmou Geovana, cujos vídeos no TikTok acumulam milhares de visualizações.
O charme contemporâneo tem atraído influências locais, como explica DJ Michell, um dos ícones do gênero: “Hoje, o charme é mais brasileiro. Isso faz parte da nossa evolução.” A mistura de músicas clássicas com novos talentos, como o trio Os Garotin, mostra como o estilo segue relevante e em constante renovação.
“Aprendemos com os novos, e eles aprendem conosco”, disse Bruno Oliveira, vendedor de roupas e frequentador assíduo dos bailes. Essa troca entre gerações reafirma o charme como um símbolo de resistência e pertencimento para a comunidade negra das áreas operárias do Rio.
Brasil através da cultura
Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou a importância da divulgação internacional da cultura de periferia brasileira para ampliar a chegada de turistas. “Nós estamos mostrando ao mundo a beleza e a diversidade das nossas expressões culturais. Essa conexão com nossas raízes e com a arte atrai visitantes e fortalece a imagem do Brasil como um país pulsante e inventivo” disse.
Ao atrair turistas do Brasil e do exterior, os bailes charme transformaram-se em um ponto de encontro cultural. Grupos de viajantes organizados agora incluem Madureira em seus itinerários, impulsionando a economia local. Além de celebrar a herança afro-brasileira, o baile charme também cria oportunidades para pequenos empreendedores, desde vendedores ambulantes até estilistas especializados em moda urbana.
Com luzes estroboscópicas iluminando as madrugadas cariocas e um movimento que não para de crescer, os bailes charme seguem conquistando novos públicos e reafirmando a força da cultura local. A história de Madureira, agora em destaque internacional, é também a história de um Brasil que encanta pelo talento e pela resiliência de seu povo.
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