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Saúde

Tratamento cirúrgico da obesidade registra queda de 93% no PR

No Paraná, o número de cirurgias para a obesidade realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 93,3% nos dois últimos anos, passando de 7.456 procedimentos realizados em 2019, para 494 realizados em 2021, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (Datasus).

Devido a pandemia, todas as regionais com hospitais habilitados pelo SUS, inclusive Curitiba, apresentaram uma grande redução na realização de cirurgias para atender pacientes com obesidade grave.

Em Londrina, no Norte do Paraná, a cidade registrava, em 2019, 523 cirurgias bariátricas realizadas, enquanto em 2021 realizou apenas 73 procedimentos. Cascavel, no Oeste, os números caíram de 174 para apenas uma cirurgia realizada em 2021.

A importância da retomada dos procedimentos no sistema público e privado, avaliando o crescimento da obesidade constatado nos consultórios e ambulatórios médicos pós-pandemia está entre os temas que serão abordados neste sábado (09), em Curitiba.

A Capital sediou o 9º Simpósio Paranaense de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, encontro que reuniu especialistas de Paraná e de todo o país para discutir diversos aspectos do tratamento da obesidade.

O diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o cirurgião curitibano Caetano Marchesini, alerta para o fato de que pacientes com indicação cirúrgica, antes da pandemia, e que apresentavam Índice de Massa Corporal (IMC) até 35 estão chegando aos consultórios e ambulatórios com IMC acima de 40.

“A obesidade é uma doença crônica, relacionada a diversas comorbidades que afetam todo o corpo, e cresce ano após ano em todo o mundo. A cirurgia bariátrica e metabólica é reconhecida como o tratamento mais eficaz para controle da doença e o acesso ao procedimento se tornou mais difícil nos últimos anos enquanto pacientes enfrentam o agravamento de suas doenças”, afirma Marchesini

Outros temas — Além da ampliação do acesso e atendimento no estado, o Simpósio também abordará protocolos de otimização do pós-operatório, perspectivas sobre técnicas ainda não regulamentadas, cirurgia robótica, cirurgia para o diabetes, tratamentos, técnicas, diagnósticos e gestão, incluindo debates como limites éticos da propaganda e uso das redes sociais pelos profissionais. Tudo para continuar mantendo o estado do Paraná na vanguarda da cirurgia bariátrica nacional.

Segundo o presidente do Capítulo da SBCBM no Paraná, Mariano Menezes, o simpósio tem como foco aproximar cirurgiões e demais profissionais da saúde que atuam com pacientes obesos dos mais altos padrões de referência de atendimento e sucesso do tratamento cirúrgico da obesidade.

Dados — Um dos aspectos mais importantes do Simpósio teve como foco estratégias para melhorar o atendimento da população.

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, um em cada quatro adultos estava obeso em 2019. São 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens.

Outro estudo recente, o Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, em 2021, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período.

Para José Alfredo Sadowski, cirurgião bariátrico em Curitiba e coordenador do evento, a atenção com a obesidade deve ser redobrada nos próximos anos, e o acesso ao tratamento cirúrgico deve ser garantido aos pacientes que dele necessitem.

“A obesidade é uma doença multifatorial e que exige um tratamento conjunto de vários profissionais de diferentes especialidades para que se tenha bons resultados. Um paciente submetido à cirurgia bariátrica não terá apenas perda de peso como resultado, mas também uma melhora substancial nas doenças associadas à obesidade, como pressão alta, diabetes, colesterol, gordura no fígado, entre outras ” explica Sadowski.

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