Venture Capital: qual é o saldo de 2023 e a expectativa para 2024?
Managing Partner do Kria, plataforma pioneira de investimentos em startups, Flavio Monteiro, destaca a situação atual dos VCs e vê um cenário mais otimista para 2024
São Paulo, dezembro de 2023 – O final do ano é um período comumente utilizado para refletir sobre tudo que aconteceu ao longo dos meses anteriores. É o momento ideal para realizar um balanço e definir o saldo sobre determinadas questões, pensando na expectativa para o ano que se aproxima. Esse processo não seria diferente com diferentes no Venture Capital.
Segundo Flavio Monteiro, Managing Partner do Kria, plataforma pioneira de investimentos em startups, houve uma atualização importante feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2022, quando aumentou significativamente o campo de atuação das plataformas de equity crowdfunding, trazendo mais liquidez para o mercado. As consequências puderam ser vistas ao longo de 2023, com plataformas mais robustas e mais preparadas para oferecer uma experiência de ponta a ponta para o investidor.
Por outro lado, Flavio destaca que este foi um ano de muitas reflexões. “Foi um período bem desafiador para o venture capital, principalmente pelo cenário de alta de juros que vivemos no país, com investidores mais cautelosos e menos capital de risco disponível para as empresas. 2023 foi um ano de olhar para dentro”, aponta.
Esses pontos podem ser confirmados por meio dos dados divulgados pelo estudo ‘Venture Pulse Q3 2023’, que apontam que o investimento global em VC teve um desaquecimento e as principais causas foram justamente o elevado patamar das taxas de juros globalmente, a pressão das incertezas econômicas e geopolíticas globais e as preocupações contínuas sobre valorações e downrounds.
No entanto, Flavio explica que isso não indica uma situação irreversível, pois o venture capital tem um papel fundamental para o desenvolvimento da nova economia e deve estar presente na carteira de investimento de todo bom investidor. “Como todo ativo de risco, o VC está sujeito a oscilações e é sensível a fatores macroeconômicos, como taxa de juros, por exemplo. Após um período de muito aprendizado, podemos enxergar um Brasil bem mais preparado para essa modalidade de investimento nos próximos anos”, afirma.
Neste sentido, a expectativa é de um mercado mais maduro para 2024. Nos últimos dois anos, o mercado se auto corrigiu, as empresas enxugaram custos e trabalham com projeções mais dentro da realidade. O capital é fundamental para gerar desenvolvimento e impacto, porém, ao mesmo tempo, pode se tornar um vilão para negócios mal geridos. Por isso é preciso confiar nessa nova safra de empreendedores.
Por fim, o especialista ressalta que o país tem potencial para ser grande quando se trata de realizar investimentos, incluindo em VCs. “É necessário fazer um trabalho interno com o objetivo de melhorar as condições para essa atividade, com uma visão mais atenta ao que acontece no mercado. O Brasil é um solo fértil e os principais fundos de investimento do mundo estão olhando para as nossas oportunidades”, finaliza.
Sobre o Kria
O Kria é uma das principais plataformas de investimento em startups, que democratiza o acesso ao mercado de capitais por meio de suas rodadas de investimento em negócios com alto potencial de retorno. Fundada em 2014, foi a primeira plataforma da modalidade no Brasil, tendo acompanhado mais de 100 ofertas públicas e com 14 retornos já gerados aos investidores.