O projeto para desenvolvimento de uma plataforma local já está em andamento, segundo o presidente da Volvo Buses na América Latina, André Marques.
“Curitiba é onde fica nossa fábrica e nossa sede no continente. Temos uma longa parceria com a cidade no desenvolvimento de ônibus para o sistema de transporte de passageiros, que virou referência no mundo em BRT (Bus Rapid Transit), com os articulados e biarticulados Volvo. Tenho certeza que com os ônibus elétricos seguiremos esse mesmo caminho bem-sucedido. Teremos em breve ônibus elétricos em produção em Curitiba”, completou ele.
Sem emissão de CO2 e ruídos, o ônibus elétrico é considerado o futuro da mobilidade nas grandes cidades e é uma das principais agendas do município para os próximos anos, dentro do compromisso de reduzir a emissão de poluentes. A meta é que 30% da frota de ônibus de Curitiba seja de emissão zero até 2030, percentual que deve chegar a 100% até 2050.
O plano de eletromobilidade também integra o Programa de Mobilidade Sustentável de Curitiba, que tem como âncora os projetos das linhas Inter 2, Interbairros II e Leste-Oeste, com financiamentos externos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do New Development Bank (NDB).
O projeto de descarbonização da frota do transporte público prevê testes técnicos, edital de compra dos veículos e ainda a infraestrutura de recarga dos veículos na cidade.
O vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel, adiantou que já trabalha em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel) para estabelecer uma estrutura de recarga para o projeto de eletrificação da frota curitibana. “Estamos em tratativas finais para desenvolver um programa de abastecimento para o programa de eletromobilidade da nossa cidade”, disse.
Os primeiros ônibus elétricos devem começar a rodar, no entanto, a partir de junho de 2024. Serão investidos R$ 200 milhões na compra de 70 ônibus que devem ser integrados à frota do município para circular nas linhas Interbairros II e nos Ligeirinhos.
“Curitiba é a primeira cidade do País a executar testes estruturados de ônibus elétricos. Até outubro, seis empresas devem executar testes com nove ônibus elétricos em Curitiba. Além de BYD, Eletra e Marcopolo, que já fizeram testes, e Volvo, que inicia agora, Mercedes e Higer também devem apresentar seus veículos”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade.
Nos testes, o ônibus Volvo BZL vai circular, a partir da primeira quinzena de setembro, nas linhas Inter 2 e Interbairros II que transportam 135 mil pessoas por dia. Os testes devem durar ao menos 30 dias.
O chassis elétrico BZL Volvo que entra em teste foi fabricado na matriz do grupo na Suécia e adaptado aos padrões de Curitiba. A capital é a primeira cidade a testar o modelo na América Latina. Na sequência, a Volvo pretende demonstrar o seu modelo elétrico em São Paulo, Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia).
Com capacidade para 90 passageiros e 12,6 metros, o veículo foi desenvolvido em parceria pelas equipes do Brasil e da Suécia.Com duas portas, e piso baixo, o veículo tem carroceria Marcopolo e entre 250 e 300 quilômetros de autonomia de bateria. Com tempo de recarga de duas a quatro horas, o veículo será carregado no período noturno, na garagem da empresa operadora Sorriso. O ônibus também é equipado com sistema que reduz a velocidade automaticamente próximo a espaço de grande movimento de pessoas, como terminais, próximo a escolas, hospitais e shopping centers, por exemplo.
No teste, serão avaliados itens como o consumo de energia, cumprimento da autonomia preconizada, níveis de ruídos e o desempenho do ônibus em variadas topografias (aclives, declives e plano).
A história da Volvo praticamente se confunde com o a do transporte coletivo de Curitiba. Com a montadora, o município desenvolveu, há 31 anos, o ônibus biarticulado, modelo com quatro eixos, duas articulações e capaz de transportar 250 passageiros – mais que o dobro de um veículo convencional – para circular nas canaletas exclusivas.
Durante a primeira gestão de Rafael Greca (1993-1996), foi realizada a remodelação do Eixo Boqueirão com implantação de estações-tubo nas paradas (embarque em nível e pagamento antecipado da tarifa) para dar início à operação dos biarticulados. Em 1995, durante a primeira gestão Rafael Greca (1993- 1996), os ônibus entraram em circulação no eixo Norte-Sul.
O biarticulado foi um dos responsáveis por popularizar o BRT (Bus Rapid Transit), sistema de canaletas exclusivas que tornou a capital paranaense referência mundial no transporte coletivo, com o seu modelo copiado em mais de 182 cidades em todo mundo.
No Brasil, Curitiba também foi pioneira a introduzir os ônibus híbridos da marca em 2012. O projeto atual de ônibus elétricos faz parte do mais recente ciclo de investimentos da Volvo no País: R$ 1,5 bilhão, entre 2022 e 2025.
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