TEAmar: a equoterapia é um diferencial no tratamento de crianças com autismo
A data de 02 de abril é conhecida como o dia de Conscientização sobre o Autismo. Para marcar a semana, o UniBrasil conta a história inspiradora do Pedro Lisboa, uma criança diagnosticada com autismo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que no mundo são 70 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo, sendo dois milhões no Brasil e cerca de 100 mil no Paraná. Para tanto, a data é necessária para trazer conscientização referente ao transtorno, principalmente no que diz respeito a inclusão e tratamento de pessoas com autismo.
Convivendo com o autismo
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento e é considerado uma síndrome permanente, apesar dessa condição existem significativos avanços no que diz respeito a tratamento e inclusão de pessoas com autismo.
A professora de psicologia, Dulce Mara Gaio, explica que o caso é diagnosticado, geralmente na primeira infância e que as características ou déficits de desenvolvimento se manifestam e variam de limitações específicas na aprendizagem, controle motor e até prejuízos nas habilidades sociais e intelectual. “Desta forma, a partir do DSM-5, além do autismo clássico, hoje temos outras designações como o Transtorno Desintegrativo da Infância, o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Não-Especificado e a Síndrome de Asperger. Sendo as falhas nas habilidades comunicativas, sociais, interesses restritos e repetitivos os mais apresentados como características mais gerais do TEA”, ressalta a psicóloga.
Vamos conhecer algumas histórias pelo Campus e trazer a realidade de famílias que convivem com o autismo.
Autismo e equoterapia
No setor da Cavalaria Montada da Polícia Militar acontece as sessões de equoterapia do UniBrasil. Ao chegar no local, o encanto de ver tantos cavalos bonitos é imediato, mas bonito mesmo é saber da diferença que eles fazem na vida de crianças com autismo. Adiante, vemos a mamãe Maria Inês e o Pedro Lisboa chegarem para a terapia com equinos. Pedro estava animado e já queria ir até o Vendaval, o seu cavalo da sessão.
A equoterapia é indicada para a socialização, integração emocional e educacional dos portadores de vários tipos de transtornos ligados ao contato pessoal com o meio em que se vive e com o outro. O caso do Pedro vai além, pois ele é uma criança com autismo, tem paralisia cerebral e apresenta cegueira total. A mãe conta que a equoterapia está sendo fundamental no desenvolvimento do filho, que foi diagnosticado com autismo com apenas um ano e meio, após apresentar seletividade alimentar.
Emocionada, a mãe lembra que os médicos chegaram a falar para ela que o filho não andaria e que ela poderia perde-lo, porém o amor de mãe fez ela continuar lutando ao lado dele. “Hoje, ele está aqui comigo, já tem nove anos, todos esses diagnósticos de paralisia cerebral, cegueira, depois o autismo não foram o fim, não limitaram o Pedro e eu não me dei por convencida, eu contrariei os médicos”, afirma a mãe. Pedro ama música, enquanto a conversa com a Maria Inês acontecia na arquibancada do jockey, ele estava em cima do cavalo cantando as músicas do “Mundo Bita”.
O menino é apaixonado por natureza, ama cavalos e tem uma relação amigável com o Vendaval que é o seu agente terapêutico transformador. Devido a cegueira, o Pedro não consegue ver o cavalo, mas o sente. “Há três anos ele está aqui e foi um divisor de águas na vida do Pedro, o cavalo é sinônimo de liberdade para o meu filho e estimula muito o seu desenvolvimento, se eu pedir para ele fazer a dança da Byoncé, ele faz, quer ver?”, e assim ele começou a dançar “Single Ladies” e a mãe engatou “ele é eclético, gente”.
A professora do curso de fisioterapia do UniBrasil, Selma Torres, explica que na equoterapia o cavalo atua como um instrumento cinesioterapêutico, auxiliando nas questões motoras, sendo assim, um instrumento pedagógico, pois “através do contato com o cavalo, conseguimos promover melhora da sociabilização, na organização do tempo, imposição de limites, enriquecimento do aprendizado e aceitação de contato físico, formando vínculos sociais, pois o praticante cria um laço afetivo com o animal e transmite para outras pessoas. Dependendo do nível do controle do animal, ele pode passar até para práticas de equitação, passando a ser atleta”, conta a fisioterapeuta.
Vale ressaltar que o UniBrasil é a única instituição a oferecer o serviço de equoterapia para crianças com deficiência, em uma parceria com a cavalaria da Polícia Militar.