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GM atende cinco casos diário de violência contra a mulher

Uma tentativa de agressão e do crime de feminicídio foi atendida por guardas municipais da Patrulha Maria da Penha e do núcleo regional do Tatuquara na manhã desta segunda-feira (10/1).

O suspeito pela agressão, um homem de 34 anos, chegou a esfaquear a irmã da vítima no braço.

Segundo relato das equipes que atenderam a ocorrência, o homem foi contido por vizinhos enquanto foi solicitado apoio dos guardas que estavam no módulo móvel da Rua da Cidadania do Tatuquara.

A vítima, também de 34 anos, manteve com o agressor um relacionamento de dez anos, terminado no ano passado.

Uma denúncia de agressão física formalizada no dia 25 de novembro culminou na cessão de uma medida protetiva pelo Poder Judiciário, no início de dezembro.

A situação se soma a outras 52 ocorrências de violência contra a mulher registradas pela Guarda Municipal desde o início de 2022, uma média de cinco casos diários.

No período, foram 18 encaminhamentos de suspeitos de agressão à delegacia. Nos demais casos, não houve flagrante.

“Assim como nos períodos de maior isolamento social, provocados pela pandemia de covid-19, as férias tendem a aumentar o tempo de convivência diária entre as partes. O consumo de álcool e drogas também se elevam e surgem as divergências”, avalia a GM Gislaine Seneiko Szumski, integrante da equipe gestora da Patrulha Maria da Penha (PMP).

O mês anterior acumulou 177 casos de violência contra a mulher, segundo dados da Guarda Municipal, com 70 encaminhamentos de agressores à delegacia.

Orientações

A procura por ajuda é a principal orientação da Patrulha Maria da Penha da GM às vítimas de agressão em um relacionamento abusivo.

Em caso de emergência, a própria vítima ou pessoas próximas a ela devem ligar para o telefone de emergência 153 da corporação.

“A vítima não pode ficar calada”, reforça a GM Gislaine.

Outra recomendação é que a mulher mantenha contato com familiares informando o que acontece dentro de casa. A rede familiar e de amigos pode ser essencial em momentos de necessidade.

“Se ela tiver medida protetiva, não deve ter vergonha de deixar vizinhos ou colegas de trabalho cientes da situação, porque eles também podem acionar o apoio quando necessário. O mais constrangedor ela já passou, agora ela precisa de salvamento”, orienta a GM.

A medida garante mais segurança à vítima, de forma a garantir direitos e a manter o agressor afastado.

Também é oferecido apoio jurídico pela Defensoria Pública e monitoramento, com visitas e acompanhamento periódico, pela PMP.

Como funciona

A Patrulha Maria da Penha atua na proteção, prevenção, monitoramento e acompanhamento das mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar que possuam medidas protetivas de urgência, integrando as ações da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência na Cidade de Curitiba.

A rede é fruto de um termo de cooperação firmado entre a Prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

A Guarda Municipal de Curitiba é pioneira entre as guardas municipais do Brasil no atendimento a mulheres que sofrem violência doméstica e familiar.

O diferencial está no trabalho mais humanizado e acolhedor, de acordo com a complexidade da situação.

“Nos monitoramentos rotineiros da Patrulha Maria da Penha, a mulher tem recebido ainda mais orientações quanto aos cuidados necessários para que a medida protetiva seja eficaz, sem manter contato com agressor por qualquer meio de comunicação ou aproximação”, afirma a GM Gislaine.

Em 2021, os guardas da PMP fizeram 10.457 atendimentos, um aumento de 46% na comparação com os 12 meses anteriores.

Como identificar a violência

A violência doméstica e familiar é aquela que mata, agride ou lesa física, psicológica, sexual, moral ou financeiramente a mulher.

A evolução gradativa da violência doméstica é sorrateira, visto que a mulher vive o ciclo de violência doméstica sem que se perceba nela, tomando consciência apenas quando ocorrem as agressões físicas que evoluíram da violência psicológica, situação ora menosprezada pela maioria das mulheres.

A violência doméstica pode ser cometida por qualquer pessoa, inclusive mulher, que tenha uma relação familiar ou afetiva com a vítima, como pai, mãe, tia ou filho – nem sempre é marido ou companheiro.

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